quarta-feira, 24 de abril de 2013

O mundo no asfalto do medo

Na rua de baixo
tem um homem
cujas partes de baixo
e linguajar baixo
me dão medo.

Assombra-me os passos
de noite e de dia
sua voz sombria
que se soma às injustiças
fincadas nas sombras do mundo
durante a penumbra da noite.

O homem
que me amedronta
não ama a ninguém
e nem ama a mim
quando silva assovios
e cospe elogios
em meus ouvidos.

Não ama nem a si próprio
este homem
homem ingrato e folgado
só serve para servir-se
e cobrar os serviços
de suas domésticas.

Caso se amasse
veria a verdade
que exala nos pelos do corpo:
todo homem que se impõe
- HOMEM!
Com tudo que tem direito
vira um monstro
tal qual este ser asqueroso
de zíper aberto
volumes expostos
na busca de caça
para exercer o privado
no meio público
sob a força dos braços
e das ameaças.

O homem me dá medo
mas é por pouco tempo:
em breve serei mais forte
que os cortes e sustos do vento.

2 comentários:

  1. Helena, assim que tive tempo corri pra cá pra ver as novidades e me deparei com esse retrato descrito por você a respeito do caráter (ou a falta dele) desses tantos "homens da rua de baixo."
    Achei incrível.

    Forte abraço!

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