quarta-feira, 15 de junho de 2011

Café perfume

Quantos dias, quantos dados
Quantas noites de mil fados
Nessas noites de falências?

Marieta na cozinha
Beirando avental queimado
Todo flores corderrosa
Em lembrança de um natal

Na janela, Marieta
Íris rude sem jardim
Peito murcho de parado

Da janela, detrás cerca
O perfume da vizinha
Cheiro caro da vizinha
Que chegava em Marieta

Quantos dentes, quantos dados
Quantos doces redimidos
Às dosagens de indivíduo?

"Marieta, ô muié
Teu café tá água pura"
Sem aromas europeus
É só lágrima barata

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